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Mostrando postagens de novembro, 2018

o presente não existe

Esteja lá naquele instante. Esteja aqui agora. Mas o que é o instante? Mas ainda é agora? O presente não existe, Mas também acontece. E de novo, A todo momento. Perceber que está no presente. Percebido. E já é passado. Existir agora Se refaz a cada nova fração de segundo. Cada novo passo na calçada E um pouco de chão fica para trás. Cada segundo que passa E um pouco de mim fica para trás. Viver no presente, Ele nunca está lá. É difícil, Te escapa. Tente estar. É real, embora fictício. Não agarre, mas navegue. M.Y. (Nov, 2018)

all over the place

Swirling around My mind, my thoughts All over the place The fault's in your smile Your eyes, your eyes The strength that came from you Hit me so hard. I'm the one to blame. My guard was low. And I was not afraid. Swirling around My disappointments drown me How can this be that an angel is mean and evil? Haunt my dreams. Don't ever let me sleep ever. Cause I'd rather be the one to ache than deal with the pain of hurting you again.

metamorfose

Você está se tornando quem é De dentro para fora. Machuca como a metamorfose faz Com uma borboleta. A única saída é passar por isso. Você pode estar disforme, ferido, Em fragmentos, Oco. Isto deve passar também. Você deve passar. Eles passarão. A vida é sobre passar. Todos estranhos. Ninguém encontrou o que está procurando. E esse desejo, essa dor, essa nudez, Nada nesse mundo, Nesse mundo Pode curar.

Embora

Não te vejo, não te sinto, não te ouço, não mais te sei . Será para quem de nós que chegou o fim? Tenho um palpite. E, como uma carta aberta meu peito sempre foi. Eu digo ao vento esse amontoado de coisas que nunca te chegarão ao ouvido. Digo ao vento que você me assombra. Digo ao vento que ecoam tuas frases, teus trejeitos são miragens, e tua falta é uma amarga surpresa que me pega no meio do dia e me fere. E me dói. E me joga na cara que não terminou ainda. Para sair do outro lado eu vou ter que atravessar. Vc fica desse lado. Eu vou pro outro. Da mesma forma que te vi sumir na esquina, sob a luz trêmula do poste cercada por mariposas, te verei de relance numa manhã de garoa. Ninguém dirá palavra. E as músicas que eu te dediquei. E o tempo que perdemos, ou gastamos. E minhas crises que te feriram. Meus fantasmas que te afastaram. Pra longe, bem longe. E as vezes que fugi, que larguei tua mão. E as vezes que você não veio me procurar. E o peso que eu fui ganhando. Um pêndu

-21:20-

O ônibus da moça tava parado, mas pronto para sair. A moça tinha um moço com ela, segurando sua mão. E foi assim que atravessaram a rua, correndo. Descobri mais tarde que ele nem ia para aquela direção, só fez mesmo a travessia com ela, de mãos dadas, correndo contra o tempo. O sinal fechou. Ele lhe deu um beijo. Uma despedida às pressas. E que ela corresse. Sozinha agora. O moço olhou pra ela um pouco, mas logo virou as costas e seguiu na direção oposta. A moça conseguiu pegar seu ônibus. Eu na janela fiquei torcendo para o rapaz olhar para trás. Ele não olhou. Alguém mais viu essa corrida, essa ternura, essa partida? A lua que não viu: tava nublada. Eu também tinha estado nublada, mas me abri a tempo de ver esse momento que resume um pouco da vida. A gente corre de mãos dadas um pouco, porém mais um pouco, a gente solta. Podendo olhar para trás não olhamos. E só vamos. - M. Y.
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De julho a outubro Ah, Se ao menos você soubesse Que aquela voz no teu peito É, na verdade, um aviso Que vai te livrar de um abismo No qual dentro de alguns meses Você vai estar Derrubada. E vai querer voltar no tempo, Mas verá que isso  não se faz. Isso não se faz: Acender luzes num coração Apagado, Em pedaços, Mas em obras. Dar-lhe faíscas de ilusão E tirar o que deu, Brincar com quem chora E entrar numa vida só para reafirmar Os seus medos. - Maila Yasmin